WCQ Brasil: Analisando Decklists!
- danielblack660
- 8 de jun. de 2022
- 8 min de leitura
Neste final de semana, aconteceu em São Paulo o World Championship Qualifier Brazil, ou popularmente chamado de Nacional. O maior evento de Yu-Gi-Oh! do país, organizado oficialmente pela Konami e que reúne centenas de duelistas em busca de uma vaga para o Campeonato Mundial de 2023.
Dentre os mais de 500 duelistas, incluindo famosos como o Paulo PRRJ, TShadowGamesBR ou Rafael Reich, e um dia recheado de duelos, muitos Decks se destacaram no Nacional, sejam pelas suas posições finais, ou até mesmo por conta da sua criatividade. Então hoje é dia de analisarmos as mais diversas Decklists do torneio! Então, sigam-nos, e vamos fazer um test drive.
SKY STRIKER (TOP 32)

Campeão do último YCS, o Deck Sky Striker se mostrou ser capaz de alçar altos voos mais uma vez. Dessa vez, não venceu, mas conseguiu um ótimo resultado ficando no Top 32 do Nacional. Sua Decklist é muito parecida com a que venceu o YCS, e de fato é o padrão do Deck. Além das jogadas de Sky mais básicas, o Deck também conta com 3 cópias da Mystic Mine, Dimensional Barrier e seus buscadores. No Side Deck, temos o Artifact Scythe, para lidar com Decks de combo, e a Zombie World, que prejudica muito Decks que necessitam de tipos específicos em campo.
DRYTRON MEGALITH (TOP 32)

Assim como Sky Striker, o Deck "Drytron" se mostra ser um Deck extremamente popular, principalmente num cenário nacional, e também sendo igualmente poderoso. O Deck "Drytron Megalith", utilizado por Augusto Bertoldo terminou o torneio no Top 32. A Decklist segue o mesmo padrão dos Drytrons (3 Alpha, 3 Zeta e 3 Nova), além da Benten, mas também usa os Megalith para gerar um pouco mais de consistência e vantagem, com uma segunda camada de opções. Além disso, o Deck também faz um "loop" interessante com a Cyber Angel Natasha, que nega os ataques do oponente direcionados aos seus Monstros Ritual (e isso não é uma vez por turno), e pode se reviver do Cemitério com facilidade. No Extra Deck, temos monstros como Elder Entity N'tss e Herald of the Arc Light, que são alvos perfeitos para utilizar o efeito da Diviner, destruíndo cartas do oponente ou adicionando recursos para a sua mão. Vale mencionar também o combo "Beatrice + Gryphon" (o mesmo utilizado nos Valiants, do post anterior) para Baixar a Anti-Spell Fragrance para o campo, sendo uma boa opção para lidar com Decks Pêndulo, Sky Striker ou até mesmo a engine de Brave Token.
FLOOWANDEREEZE (TOP 32)

Outro Deck que ficou no TOP 32 foi o "Floowandereeze", que se mostrou bastante promissor desde o seu lançamento, e que sempre aparece em tops ao redor do mundo, e claro que no Brasil não poderia ser diferente. Um Deck focado em controlar o campo, ao Invocar monstros Besta Alada no turno do oponente, incluindo o Barrier Statue of the Stormwinds ou Mist Valley Apex Avian, que interagem com o oponente, negando seus efeitos ou impossibilitando-o de Invocar monstros que não sejam de VENTO. Mystic Mine também marca presença no Deck, o que se mostrou ser uma constante ao longo do campeonato. O side Deck foi totalmente focado em destruir Backrows ou campos já estabelecidos, e se mostrou muito eficaz ao longo do torneio, de acordo com o próprio jogador.
SALAMANGREAT (TOP 16)

Como diria Sandy & Júnior, o que é imortal, não morre no final. Afinal, tá pra nascer um Deck mais resiliente do que Salamangreat, ou como nós gostamos de chamar "veterano de guerra". Novamente o Deck chega longe em um torneio grande, e cada vez mais mostra que apesar das inúmeras indas e vindas da Banlist, continua sendo poderoso. No entanto, essa build tem certa peculiaridade. De acordo com Sidrak Junior (o dono do Deck), ele não se considera um "jogador de Salamangreat" e sim de "Link Turbo", e usa apenas os Salamangreats como escada para chegar em algo maior (I:P + Accesscode).
P.U.N.K. Brave Token (TOP 16)

O Deck P.U.N.K. vem aos poucos ganhando espaço no Metagame em geral, e aqui no Brasil não poderia ser diferente. O Deck em si na verdade é um conjunto de pequenas engines cujo principal objetivo é colocar negates em campo e interagir com o turno do oponente. A Noh-P.U.N.K. Ze Amin pode buscar monstros P.U.N.K. que podem se Invocar da mão por seus próprios efeitos. O jogador também tem a opção de usar a Engine "Rose Dragon", Invocando o Roxrose Dragon e adicionando a Basal Rose Shoot do Deck para a mão, Invocando-o novamente do Cemitério. Outra opção é utilizar o combo "Illusion of Chaos + Magicians' Souls", onde o Illusion busca o Souls e se embaralha de volta ao Deck, servindo como custo para Invocar o Souls. E por fim, a cereja do bolo são os Brave Tokens, que colocam mais um negador em campo e auxiliam no spam de monstros, usando o seu Token como matéria para Invocações. A ideia é terminar com Baronne, Apollousa e Scythe, que é o campo padrão dos Decks combos mais atuais. Se tudo der errado, o Deck ainda conta com 2 cópias da Mystic Mine no Main Deck e outra no Side.
Invoked Shaddoll Dogmatika (TOP 8)

Tão clássico quanto o Salamangreat é o Invoked Shaddoll, que muito provavelmente sejam as duas engines mais populares do jogo. Sendo assim, ele não poderia deixar de dar as caras no Nacional, e conquistou um importante TOP 8. Usando o que o Deck tem de melhor, ele mescla os Arquétipos "Invoked", "Shaddoll" (majoritariamente o Extra Deck), "Dogmatika" e até mesmo Branded, que está em alta no formato. A estratégia é simples e conhecida. Usar o efeito da Branded Fusion para Invocar o Albion the Branded Dragon e usar o seu efeito para Invocar o Red-Eyes Dark Dragoon. Além disso, o Invoked traz a segunda camada de jogadas do Deck, servindo como a opção de Normal Summon, sendo utilizado como matéria para Invocar o Almiraj e o Secure Gardna, sendo possível trazer para o campo o Invoked Mechaba, sendo mais um negador de efeitos no turno do oponente. Já as cartas "Dogmatika" controlam o duelo ao enviar recursos do oponente diretamente do Extra Deck para o Cemitério, ao custo de enviar o El Shaddoll Apkallone e a Elder Entity N'tss para o seu Cemitério, o que significa enviar recursos para o Cemitério (pelo efeito da Apkallone) e destruir 1 carta do oponente (pelo efeito da N'tss). Não me surpreende que tenha chegado ao TOP 8, levando em conta que é um poderoso Deck de controle e uma vez que não seja interrompido é dificil vencê-lo.
Libromancer Turbo (TOP 4)

O PRRJ não cansa de nos surpreender. Mais uma vez ele aparece com uma inovação diferente e conquista um resultado inesperado, com um Deck mais inesperado ainda. Desde o seu lançamento os Libromancers sempre foram considerados cartas ruins por muitos do jogadores, ao menos num contexto Nacional. Mas aparentemente, eles estavam errados. Além de ficar no TOP 32 do YCS Hartford, dessa vez o PRRJ foi mais longe, conseguindo um TOP 4 no Nacional. A premissa do Deck é simples e infelizmente, repetitiva. Fazer spam de monstros no campo para colocar pressão com o Scythe Lock, mas de acordo com o próprio PRRJ, esse Deck consegue fazer isso de duas maneiras. A primeira, considerada o "Plano A", é Invocar a Baronne e destruir o Scythe e depois revivê-lo do Cemitério com o segundo efeito da Baronne. O "Plano B" é utilizar o Crystron Halqifibrax + T.G. Wonder Magician, destruindo o Scythe no início do seu turno. Depois de feito, seu oponente não pode Invocar monstros do Deck Adicional, o que torna essa a principal "win condition" do Deck. Outra possibilidade é deixar o Libromancer Doombroker com a face para cima no campo, que pode Baixar a Libromancer Intervention, que pode negar um card ou efeito do oponente ao custo de retornar 1 Ritual Libromancer para à mão, gerando mais uma interação com o oponente. A forma como o Deck faz spam chega a impressionar, e por isso tem se mostrado uma opção extremamente viável no competitivo. Vale lembrar que o próprio PRRJ "inventou" o Deck B.A.S.E.D., que por um tempo acabou sendo o Deck mais relevante do formato. Um bom Deck nas mãos de um bom jogador faz a total diferença.
Tri-Brigade Lyrilusc (2° Lugar)

O pintinho amarelinho caiu de paraquedas no Nacional e conquistou o vice-campeonato. Mais um Deck extremamente popular mostrou sua força no cenário competitivo. O Tri-Brigade Lyrilusc tem uma premissa simples, mas eficaz. Utilizando o efeito de monstros como Tri-Brigade Fraktall e Tri-Brigade Kitt é possível enviar monstros do Deck para o Cemitério e depois utilizá-los como matéria para Invocar os Monstros Link do Arquétipo, usando os efeitos dos seus próprios monstros ao baní-los do Cemitério como matéria. Depois, a ideia é revivê-los com o efeito da Tri-Brigade Revolt e Invocar o Tri-Brigade Shuraig the Ominous Omen para o campo e banir 1 carta do oponente. Já as Lyrilusc servem para preencher o campo com mais monstros e abrir espaço para a Invocação-Xyz do Divine Arsenal AA-ZEUS - Sky Thunder, usando os Monstros Xyz "Lyrilusc" como matéria, tendo uma forma adicional de limpar o campo do oponente. O Side Deck também se mostrou extremamente efetivo ao longo do torneio, e tem cartas para limpar backrows, e novamente, conta com 3 cópias da Mystic Mine para lidar com Decks de combo.
ABC Brave Therion (CAMPEÃO)

Um torneio recheado de Decks clássicos não poderia ter um vencedor diferente, a não ser mais um Deck clássico. ABC voltou a tona do competitivo, sendo o grande campeão do WCQ Brasil, mas ele não veio sozinho. Dessa vez, veio acompanhado de duas novas engines que caem como uma luva no Deck: Brave Token e Therion. Além de Invocar o poderoso ABC-Dragon Buster, o Deck agora também gira em torno do Therion "King" Regulus, um omni-negate extremamente poderoso e que compensa todo o esforço. Pode ser Invocado ao equipar um monstro Máquina do Cemitério nele, sendo peça essencial para equipar as partes "A", "B" ou "C" do Deck e usá-los como matéria para Invocar o já citado Dragon Buster. Além de banir 1 carta do oponente por turno com o efeito do Dragon Buster, enquanto o Regulus estiver em campo, você pode negar qualquer carta ou efeito ao enviar o próprio Regulus para o Cemitério. E claro, a cereja do bolo é novamente a engine de Brave Token, que coloca o Wandering Gryphon Rider no campo, fechando o turno com pelo menos 3 interações em campo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de tantas Decklists, percebemos que o WCQ Brasil teve um "formato" totalmente único e variado. Decks como ABC, Tri-Brigade ou até mesmo Drytron, que não alcançam resultados tão relevante na "gringa", por aqui conseguem resultados bastante expressivos. Isso se dá, seja pela popularidade dos Decks ou até mesmo pelo poder aquisitivo dos players num cenário nacional. Vale lembrar que duelistas como PRRJ, TShadow ou Michel Verissimo são excessões, nem todos possuem um poder aquisitivo como o deles e por vezes precisam improvisar e por isso mesmo, tantos Decks distintos conseguem resultados interessantes. Outra coisa a se destacar é, novamente, o uso excessivo da Mystic Mine, e não apenas dentre os Decks do Top Cut, mas até mesmo Decks com resultados menos expressivos também se utilizaram da carta, cada um da sua maneira.
Mesmo sendo um evento de grandes proporcões no cenário nacional, não acredito que o WCQ Brasil tenha uma influência muito grande numa futura banlist, por exemplo. Isso porque, outros eventos de Classe A ao redor do mundo costumam reunir o dobro ou até mesmo o triplo de jogadores, então é possível se ter uma maior noção do quão poderosos os Decks realmente são. Além disso, vale ficar de olho no Deck Libromancer. Não é a primeira vez que o Deck obtém bom resultado nas mãos do PRRJ, e dessa vez, o Michel Verissimo também utilizou o mesmo Deck e conseguiu um TOP 32. A tendência é que mais jogadores passem a testar o Deck, e isso pode dar uma boa sacudida no formato.
Enfim, gostaria de parabenizar a todos que participaram do evento. Seja qual foi a sua posição, qual foi o seu Deck ou quais oponentes você enfrentou. Você é um vencedor!
Até a próxima pessoal!
Att, Cyberse Team BR!
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