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Carta da Semana #1: Mystic Mine

Lançada no ano de 2019, a Mystic Mine sempre gerou inúmeros debates e questionamentos sobre seu efeito. Uns dizem que essa carta é justa, e é uma forma efetiva de lidar com campos inquebráveis do oponente. Do outro lado, uma grande parte também afirma que a Mina Mística é uma carta extremamente injusta, pois não deixa o oponente ativar efeitos ou atacar, e se não houver maneiras de tirá-la do campo, basta esperar 30 turnos até vencer o duelo.


Injusta ou não, a Mine vez ou outra dá as caras em torneios por ai, sempre causando rebuliço e desespero, e aumentando cada vez mais esse debate. Na noite de ontem aconteceu o YCS Hartford, que reuniu 1200 jogadores. O grande campeão do torneio foi Poe Jiang, com seu Deck de Sky Striker. No entanto, quem viu o Deck em ação jurava se tratar de um Mystic Mine Turbo, vendo pouquíssimas vezes os Sky Strikers entrarem de fato em ação. Será que vencer um grande torneio significa que veremos a Mystic Mine banida muito em breve? Ou seria ela apenas uma forma de equilibrar as coisas, tendo em vista os inúmeros Decks e engines que temos por aí?


É isso que convido você a descobrir, no nosso primeiro post de "Carta da Semana"!


1 - Apresentando o Card

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Se você ainda não conhece, permita-me apresentar a Mystic Mine para você. Ela é um Card de Magia de Campo com um efeito que na prática, impossibilita o jogador com mais monstros em campo de ativar seus efeitos ou atacar. Caso haja o mesmo número de monstros de ambos os lados durante a Fase Final, essa carta é destruída.


Essas características, somada ao fato de ser uma Magia de Campo (com grande número de buscadores) tornam a Mystic Mine extremamente forte em alguns Decks do jogo, principalmente se o seu intuito for controlar o jogo. Desde o seu lançamento, inúmeros Decks que giram em torno dela foram criados, seja o famigerado Mystic Mine Burn, com o intuito de zerar os LP do oponente com efeitos de Magias, seja com Lair of Darkness e Ojama Trio, para encher o campo do oponente e ir causando dano aos poucos, ou utilizado da forma como foi, mesclado com outros Arquétipos mais competitivos.


O grande "x" do problema é que, um Deck que utiliza Mystic Mine como tech, acaba por utilizar um Deck que gire totalmente em torno dela, seja ele qual for. Ela se torna a principal jogada de Decks como Gravekeeper, Numeron, Sky Striker ou qualquer outra mesclagem que você fizer, e o que deveria ser uma segunda opção acaba por se tornar a principal. Ou seja, Decks ditos como "Sky Striker" pouco utilizam os Sky's.


2 - Análise de Deck

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Ai então é que entramos na principal polêmica que cerca essa carta. Afinal, deixar de jogar em volta de todo um Arquétipo para jogar em volta de uma única carta é válido? Particularmente, eu não gosto muito de ideias que destoam da estratégia dos Decks, mas entendo ser extremamente necessário num contexto atual. Posso citar o exemplo do Deck Salamangreat, que hoje acaba tendo de se misturar com Brave Token para maximizar as chances de vitória.


Mystic Mine funciona exatamente assim. Em Decks como Sky Striker ela se torna uma ótima opção para lidar contra campos inquebráveis, e de fato, é eficiente. O Deck por si só é lento, e não teria folego para lidar com campos já estabelecidos, além do próprio Sky Striker não criar campos desse tipo. Um casamento perfeito, que adiciona uma nova camada de jogadas para o Deck, mas que por inúmeras vezes se torna algo que não deveria ser: a win condition. Por exemplo, no Deck do Poe Jiang, além das já tradicionais cartas de Sky Striker o Deck conta com 3 Mystic Mine e 5 buscadores cuja única função é colocar a Mystic Mine no campo. É como jogar com 8 cópias da mesma carta, mais do que qualquer outra do Deck. Vale também citar o uso da Dimensional Barrier, uma carta muito forte contra os principais Decks do meta, como Despia ou Swordsoul e suas variações Sincro.


3 - Probabilidades

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Mas, como deixar essa "minedependência" ainda mais evidente? Com o auxílio da nossa querida matemática. A grande maioria dos card games não seguem uma distribuição normal ou binominal, mas sim uma distribuição conhecida como "probabilidade hipergeométrica", que descreve a probabilidade de "x" sucessos em uma quantidade "n" de retiradas. Ou seja, para cada 5 cartas em nossa mão inicial, temos uma chance de 1/5 de sucesso ou de fracasso.


Entretanto, essa variável pode mudar com "estímulos externos". No caso dos cardgames, ter 7 ou mais cópias de uma única carta é o um número ideal para maximizar as chances de conseguir ao menos 1 cópia dessa carta em sua mão, sem abrir com múltiplas cópias dela. No caso da Mystic Mine, esse número é 8, além de 6 Dimensional Barriers (3 Barriers e 3 Traptricks), ou seja, das 41 cartas do Deck, 14 são "Mystic Mine" ou "Dimensional Barrier", o que já representa 34% de todo o Deck.


Com todos esses dados em mão, ao fazermos uma simples conta de porcentagem, chegamos a conclusão de que o Deck de "Sky Striker" tinha uma probabilidade de 43,6% de chance, com uma mão de 5 cartas, de começar o duelo com 1 Mystic Mine na mão. Além disso, ainda possuia a chance de 42,3%, em uma mão de 5 cartas, de começar com 1 cópia da Dimensional Barrier em sua mão inicial. Ao fazermos uma soma desses valores, chegamos ao valor de 85,9%, e isso significa que, a chance do Poe Jiang abrir com ao menos uma cópia de Mystic Mine ou Dimensional Barrier em sua mão inicial era de 9 para 10. Ou seja, a cada 10 mãos iniciais, em pelo menos 9 delas, ele começaria com 1 Mystic Mine ou Dimensional Barrier.


Contudo, além da Mystic Mine e derivados, o Deck também contava com 15 cartas de "Sky Striker" em sua totalidade, o que dá uma probabilidade de 36,5% de abrir com ao menos alguma carta Sky Striker na mão. Ou seja, de 3 a cada 10 mãos iniciais, haveria ao menos 1 carta de Sky Striker entre elas. Enquanto que, as chances de ter Mystic Mine na mão inicial eram triplicadas. Esse é o poder de saber usar a matemática na hora de montar o seu Deck.


4 - Conclusão

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Afinal, depois de lermos o seu efeito, analisarmos a Decklist e mostrarmos as probabilidades é hora de respondermos a pergunta: "Mystic Mine é uma carta justa?". Definitivamente não. Mystic Mine é uma carta anti-jogo com grande impacto, que não a toa, até mesmo em um Deck de Sky Striker, tem mais probabilidade de ser comprada e utilizada do que as próprias cartas do Arquétipo. Não faria sentido sacrificar tanto da consistência padrão de um Deck se o resultado não fosse potencialmente efetivo.


Ainda assim, a Mystic Mine não é uma carta "quebrada", por haver inúmeras maneiras de lidarmos com ela, principalmente os removals de Spells e Traps. A Mine é apenas uma forma de tentar neutralizar campos já estabelecidos, mesmo que forma totalmente opressora. É por isso que, apesar de não ser quebrada, o fato de poder se utilizar 3 cópias dessa carta é o que a torna potencialmente problemática. Não adianta lidar com apenas uma cópia e cartas que a protegem. Depois de finalmente destruí-la e ficar sem recursos, você pode simplesmente ter de lidar com mais uma cópia dessa carta, e dessa vez, nada poder fazer, a não ser passar turnos e turnos, até o final do duelo.


Diante do que foi exposto, acredito que a limitação dessa carta seja o ideal a ser feito, afinal a Mystic Mine é sim uma forma de lidar com campos quebrados, mas o seu uso em excesso acaba por não ser saudável para o jogo. É preciso ter variedade de jogadas, e uma opção temporária não pode simplesmente se tornar um win condition de outros Arquétipos. O YCS Hartford mostrou os dois lados da moeda, e o quão perigosa a Mystic Mine pode ser, mas também mostra toda a sua importância para o equilibrio do jogo!


Até a próxima, Cybersianos!

 
 
 

2 ความคิดเห็น


lucasce01
lucasce01
11 ก.ค. 2565

Não acho ela justa, mas sem ela séria inviável joga de burn

Já tentei joga sem ela no meu deck burn e praticamente impossível sobreviver o turno explosivos dos decks tá atualida.

Parabéns pelo conteúdo apresentado

ถูกใจ

Cyberse Team BR
Cyberse Team BR
31 พ.ค. 2565

Parabéns pelo excelente texto, continue assim!

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